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Capítulo 37 de 150

1Salmo de Davi. Para servir de lembrança.*

2Senhor, em vossa cólera não me repreendais, em vosso furor não me castigueis,

3porque as vossas flechas me atingiram, e desceu sobre mim a vossa mão.

4Vossa cólera nada poupou em minha carne, por causa de meu pecado nada há de intato nos meus ossos.

5Porque minhas culpas se elevaram acima de minha cabeça, como pesado fardo me oprimem em demasia.

6São fétidas e purulentas as chagas que a minha loucura me causou.

7Estou abatido, extremamente recurvado, todo o dia ando cheio de tristeza.

8Inteiramente inflamados os meus rins, não há parte sã em minha carne.

9Ao extremo enfraquecido e alquebrado, agitado o coração, lanço gritos lancinantes.

10Senhor, diante de vós estão todos os meus desejos, e meu gemido não vos é oculto.

11Palpita-me o coração, abandonam-me as forças, e me falta a própria luz dos olhos.

12Amigos e companheiros fogem de minha chaga, e meus parentes permanecem longe.

13Os que odeiam a minha vida armam-me ciladas; os que me procuram perder ameaçam-me de morte; não cessam de planejar traições.

14Eu, porém, sou como um surdo: não ouço; sou como um mudo que não abre os lábios.

15Fiz-me como um homem que não ouve, e que não tem na boca réplicas a dar.

16Porque é em vós, Senhor, que eu espero; vós me atendereis, Senhor, ó meu Deus.

17Eis meu desejo: “Não se alegrem com minha perda; não se engrandeçam quando meu pé resvala”;

18pois estou prestes a cair, e minha dor é permanente.

19Sim, minha culpa eu a confesso, meu pecado me atormenta.

20Entretanto, são vigorosos e fortes os meus inimigos, e muitos os que me odeiam sem razão.

21Retribuem-me o mal pelo bem, hostilizam-me porque quero fazer o bem.

22Não me abandoneis, Senhor. Ó meu Deus, não fiqueis longe de mim.

23Depressa, vinde em meu auxílio, Senhor, minha salvação!